A madrugada antes do amanhecer é que interessa, pois, mesmo à noite, a aurora dá traços de iluminação. Deduz-se que você começa a acordar de uma noite de turbulência, quer seja, também, de amenidades tempestuosas, fazendo piquenique à beira do abismo, todo nublado até a superfície.
Você está dormindo, e a aurora, lá no escuro, sussurra para acordar, para observar a beleza em movimento. A treva já está no ritmo da chatice, mas, na verdade, antes do amanhecer, ela o sufoca.
Você desperta do piquenique e percebe que, no lugar do abismo, há uma baía iluminada pelos primeiros raios de sol e a aurora dançando. Mas, revolta, ela te aponta que existe algo além da superfície.
Ao perceber, você está nu, observando a paisagem.
Sentindo frio ao calor, você se inquieta.
Você se pergunta: quando a aurora acontecerá de fato em sua vida, em sua tribo ou mesmo na humanidade?
Você peregrinará sem saber da sua origem?
No sonhar, você dormirá para querer as trevas?
Você repetirá o ciclo da aurora?
Que de você se chateará.






